Aproximadamente 70 milhões de pessoas em todo o mundo enfrentam dificuldades para conseguir ser pai ou mãe durante a vida, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Por trás dessa infertilidade, existe sentimento de culpa, tristeza, desesperança, vergonha e até quadros mais graves como depressão, prejudicando consideravelmente a qualidade de vida de todos aqueles que passam por essa situação.

Quando o público feminino é avaliado, é possível perceber o quão angustiante é a situação da infertilidade, principalmente para aquelas mulheres que sonham em ter um filho ao longo da vida. O que se observa, em contrapartida, é que, por mais que essa condição possa afetar as mulheres em diferentes faixas etárias, o grupo mais jovem, representado pelos 18 aos 34 anos, parece não buscar orientação e tratamentos adequados da forma correta por preconceito ou mesmo desconhecimento.

Mulheres mais jovens podem ser acometidas por condições que afetam a ovulação, etapa fundamental para o sucesso reprodutivo, a exemplo da síndrome dos ovários policísticos (SOP), das disfunções tireoidianas (hipo ou hipertireoidismo) que resultem em distúrbios ovulatórios e até mesmo da falência ovariana precoce. Cada condição, especificamente, apresenta um tratamento específico e direcionado capaz de reverter a infertilidade presente, quando iniciado em tempo hábil por profissional especialista no assunto.

Para se ter uma comparação do quão angustiante é esse sentimento para a mulher, um estudo avaliou mulheres com câncer, hipertensão arterial sistêmica, infarto do miocárdio, dor crônica e HIV positivas e, para a surpresa de muitos, os escores de depressão se mostraram semelhantes entre mulheres inférteis ou com algumas dessas condições apresentadas, com exceção ao grupo da dor crônica.

Fica clara, dessa forma, a importância de mulheres mais jovens também serem acompanhadas por profissionais especialistas que possam orientar, examinar e indicar exames periódicos que avaliem possíveis alterações compatíveis com infertilidade, condição, infelizmente, muito comum, porém ainda ignorada por boa parte.