Nas últimas décadas, tem sido cada vez mais comum as mulheres adiarem a maternidade em detrimento dos estudos e da carreira, principalmente. Segundo uma pesquisa divulgada pelo Datasus, nos últimos 20 anos, o número de mulheres que foram mães após os 40 anos aumentou cerca de 49% no país. Já na faixa etária de 30 e 39 anos, o aumento foi de 61,4%, enquanto a taxa diminuiu na faixa etária dos 20 aos 29 anos.

Isso ilustra uma tendência mundial, a qual é caracterizada por mulheres modernas que priorizam a construção da carreira e a independência financeira antes de considerarem ter filhos. Assim, atualmente, a gravidez não é mais encarada como uma obrigação – como foi por muitos anos –, e as mulheres podem adiar a maternidade até o momento que julgarem mais oportuno.

Entretanto, é importante lembrar que, conforme a mulher envelhece, principalmente depois dos 35 anos, a fertilidade começa a declinar. Além disso, a gravidez após os 40 anos é considerada de maior risco, já que há mais chances de abortos espontâneos, diabetes gestacional, parto prematuro, anomalias placentárias, dentre outras complicações.

Sendo assim, é necessário tomar os devidos cuidados em relação à fertilidade feminina para que o sonho de ser mãe futuramente possa ser realizado de forma segura, tanto para a mulher como para o bebê. O congelamento de óvulos, nesse sentido, torna-se uma alternativa muito interessante, uma vez que preserva a qualidade, a idade e as características do óvulo, oferecendo maiores chances de sucesso em uma gravidez futura. Os resultados costumam ser melhores ainda se a mulher congelar os óvulos antes dos 35 anos.

Esse procedimento consiste na coleta de óvulos, os quais são imediatamente submetidos ao congelamento, em uma temperatura de -196°C, assegurando a preservação da qualidade deles até o momento de descongelamento e fertilização.

Por fim, mesmo que a mulher queira ser mãe após os 35 anos, é essencial manter o acompanhamento médico e cuidar da saúde reprodutiva, com auxílio de profissionais e de exames médicos. Especialistas em Reprodução Humana, por exemplo, são parte importante desse processo, já que serão responsáveis por avaliar o histórico familiar da paciente, hábitos de vida que podem comprometer a fertilidade, a regularidade do ciclo menstrual, dentre outros fatores.