Mais de 1000 temas inscritos no XV Congresso Brasileiro de Infectologia, somente 60 foram aprovados para apresentação oral. Dentre estes está o trabalho que conta com a participação da Conceber: “Abordagem da Medicina Reprodutiva associado à Infectologia para casais soro-discordantes que desejam engravidar”.

O objetivo deste foi avaliar o potencial reprodutivo do casal soro-discordante prévio à exposição ao sêmen do marido infectado pelo HIV.

A pesquisa obteve resultado positivo, possibilitando a gravidez com baixa probabilidade de infectar as esposas dos casais soro-discordantes.

Resumo do trabalho:

Abordagem da Medicina Reprodutiva associada a Infectologia para casais soro-discordantes que desejam engravidar.

Autores: Alessandro Schuffner, Murillo Coimbra, Maria Inêz Domingues Kuchiki, Clóvis Arns da Cunha.

Instituição: Conceber – Centro de Medicina Reprodutiva e Centro Médico São Francisco – Curitiba – Paraná – Brasil. e-mail: alessandro@clinicaconceber.com.br

Objetivo: Avaliação do potencial reprodutivo do casal soro-discordante previamente às tentativas de exposição ao sêmen do marido infectado pelo HIV (Human Immunodeficiency Virus).

Material e Métodos: A propedêutica para infertilidade consistiu em determinação da função ovariana através de dosagens hormonais no período menstrual, permeabilidade tubária através da histerossalpingografia, videolaparoscopia ginecológica e espermograma do marido. O casal também foi avaliado para hepatite B e C, síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA) e sífilis.

Resultado: No casal em questão o marido era soropositivo e a mulher era soronegativo, ambos procuraram o serviço para poder engravidar com o menor risco de transmissão para a mulher. O casal avaliado realizou todos os exames de função ovariana e produção espermática, que foram normais. A videolaparoscopia evidenciou endometriose grau II, que poderia comprometer a fertilidade e então foi tratada neste ato cirúrgico. Foram realizados dois ciclos naturais com controle ultrassonográfico da ovulação. Na indução foi usada gonadotrofina coriônica humana (hCG) que simula o pico do LH (Hormônio Luteinizante), com o objetivo do casal ter apenas uma relação sexual desprotegida. A paciente usou anti-retrovirais durante o ciclo de indução da ovulação. Progesterona foi administrada como suporte na fase lútea. Obteve-se a gravidez do casal no segundo ciclo.

Conclusão: Esta abordagem possibilita que casais soro-discordante tenham seus filhos com risco mínimo de infectarem suas esposas. O custo foi bastante reduzido quando comparado com técnicas de reprodução assistida.