Impacto de diferentes condições de incubação na externalização da Fosfatidilserina e nos parâmetros de motilidade da fração purificada de alta motilidade de sêmen humano.
Schuffner, Alessandro, et al. Journal of Andrology, 2002, 23(2): 194-201.

Resumo

O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos no tempo de incubação de espermatozóides na temperatura do corpo, com ou sem suplementação protéica em diversos parâmetros de motilidade e externalização de fosfatidilserina (PS), uma expressão da integridade da membrana. Populações de espermatozóides purificados foram preparados através de gradiente descontínuo de densidade, incubados a 37 º C em três diferentes condições de cultivo (HTF sozinho, HTF e mais 0,3% HSA, e HTF mais 3% HSA) e avaliados após 0, 1, 3, 6 e 24 horas. Aderência à anexina V foi usada para monitorar a translocação da membrana de PS e um computador para análise seminal foi utilizado para avaliar os parâmetros de motilidade. As condições de incubação levaram a uma diminuição tempo-dependente, significativa da motilidade espermática e um aumento na exposição de PS (anexina V +, células vivas) da porção externa da membrana plasmática em ambos os pacientes e doadores. Os pacientes tiveram um maior grau de perda da motilidade e de PS em ralação aos doadores. A queda na porcentagem de células normais (anexina V, ao vivo) foi maior no HTF sozinha até 6 horas, e o declínio nos percentuais de espermatozóides móveis e rápidos foram maiores no HTF sozinha durante 24 horas quando comparadas às condições com suplementação protéica. Conclui-se que a incubação prolongada à temperatura corporal de populações altamente purificadas de espermatozóides humanos está associado com significante perda de motilidade e alterações da membrana como revelado pela translocação da fosfatidilserina da porção externa da membrana plasmática. A suplementação protéica resultou em um efeito de proteção contra esse tipo de deficiência, particularmente durante as primeiras 6 horas de incubação.