Schuffner Alessandro, et al. Jornal Brasileiro de Reprodução Assitida – Edição Especial – XIII Congresso de Reprodução Humana Assistida, 2009, 13(1): 20.

Objetivo
Descrever hiperestimulação ovariana controlada iniciada na fase folicular tardia para preservar a fertilidade em pacientes com câncer. Como ela já tinha uma metástase ovariana e não tinha parceiro, decidimos criopreservar oócitos. Como não tínhamos tempo suficiente, iniciamos a estimulação num momento diferente do usual.

Material e métodos
Uma mulher com 23 anos de idade apresentou um cisto ovariano, foi submetida à ooforectomia que mostrou adenocarcinoma de apêndice. Após consulta com oncologista e paciente, foi determinado que iniciassem a estimulação ovariana na fase folicular tardia e com subseqüente criopreservação oocitária, antes da cirurgia intestinal e quimioterapia

Resultados
O 9º dia do ciclo, foi o primeiro dia de estimulação com 300 IU de HMG (Merional), antagonista do GnRH Cetrorelix 0.25 mg (Cetrotide) e letrozol 5 mg, todas as medicações usadas diariamente e depois ajustadas conforme resposta. Níveis hormonais no sexto (d6), sétimo (d7) e oitavo dia (d8) da estimulação foram, respectivamente: progesterona 0.5 ng/mL – 0.7 ng/mL – 1.0 ng/mL; LH 1,1 mIU/mL – 1,0 mIU/Ml – 1.0 mIU/Ml; estradiol 555 pg/mL – 709 pg/mL – 794 pg/mL. Quando o folículo dominante atingiu 18 mm de diâmetro médio, foi administrado 6.500 IU de rhCG (Ovidrel). A aspiração oocitária foi realizada 35 horas após, e 10 oócitos foram recuperados; 5 metáfase II, 2 metáfase I e 3 pófase I. Sendo estes então, criopreservados.

Conclusões
Em situações clínicas em que se necessita iniciar a quimioterapia o quanto antes, a estimulação ovariana iniciada na fase folicular tardia se mostrou capaz de produzir um bom número de óvulos para criopreservação o que parece ser uma opção promissora para preservar a fertilidade.

Resumo apresentado no XIII Congresso Brasileiro de Reprodução Assistida – Curitiba. 2009.